7 anos depois do fim de Trials and Tribulations, começa o primeiro caso de Apollo Justice: Ace Attorney. Esqueça quase tudo que você sabe sobre o universo de Phoenix Wright: Esse é um capítulo diferente de todos os outros, com novos personagens, novas mecânicas, novas histórias… alguém pode começar por esse e ter a experiência quase completa.
Você joga como Apollo Justice, um advogado novato cujo primeiro caso envolve inocentar Phoenix Wright, que foi acusado de assassinato. Tentarei não revelar muito sobre o enredo aqui, mas saiba que no fim, você é demitido da agência em que trabalhava, e vai trabalhar para Phoenix na renomeada “Wright Anything Agency”.
E quando você chega, Phoenix tem uma filha!
Wow!
Continuando.
O jogo foi feito completamente com o Nintendo DS em mente, similar ao caso extra (e um favorito pessoal) de Phoenix Wright: Ace Attorney. Ou seja, você vai analisar as evidências em 3D, e os casos são bem maiores.
E com isso eu quero dizer que esse jogo tem o maior caso de introdução da série.
Os gráficos foram completamente refeitos, com um tribunal novo e novas animações. Elas estão bem mais fluidas, algumas reconstituições de cenas do crime são feitas em 3D, e você percebe que o único motivo do jogo ainda utilizar sprites é para se manter fiel aos outros capítulos da série. O que meio que levanta a pergunta: Como seria um Ace Attorney com gráficos normais para a nossa época?
Retornando ao assunto, o jogo parece bastante com os seus antecessores no quesito de jogabilidade: Fora do tribunal, você ainda vai andar por aí bancando o detetive com a sua parceira (filha de Phoenix Wright! Wow!Tabom parei!) e ainda vai fazer isso em uma perspectiva em primeira pessoa. Chegando ao tribunal, você vai tentar achar buracos nos testemunhos das pessoas, utilizando evidência encontrada na parte de investigação para guiá-lo até a verdade.
Mas dessa vez, alguns testemunhos não tem falhas.
Pasme! As pessoas ficaram mais inteligentes em 7 anos!
Bem, nessa hora, o jogo renova: Apollo Justice não é Phoenix Wright. Ele possui um bracelete que o alerta quando uma pessoa mente. Quando uma testemunha não tem certeza sobre certa frase, você poderá se utilizar da peculiar habilidade de Apollo: Ele irá começar a “Perceive”. Traduzindo: Você vai poder olhar para a testemunha falando sua frase em câmera lenta, e então apontar o seu tique nervoso, e exibir sua mentira.
Isso é similar ao que os jogadores de poker fazem quando querem saber se o seu adversário está mentindo ou não. E Phoenix Wright virou um jogador de poker profissional.
Apesar de ser um sistema incrivelmente legal (e com uma frase própria: GOTCHA!), ele é pouco usado. Muitas vezes eu só ficava esperando uma oportunidade para observar os diversos hábitos das pessoas, mas são poucas tais situações, e os hábitos são únicos. Ou seja, se você já viu uma pessoa tocando a nuca, você sabe que ela vai tocar a nuca todas as vezes que mentir.
Mesmo assim, é uma novidade bem vinda à série.
Os poucos personagens que retornam como Ema Skye são bem vindos, apesar de estarem completamente re-imaginados. Mesmo assim, a história da maioria dos casos não é tão interessante. Não é como em Justice for All, aonde a coisa realmente desandou por um tempo – É só que na maioria das vezes, o roteiro inteligente e interessante foi substituído por referencias à cultura pop e piadas sem graça. Mesmo assim, a fórmula Ace Attorney se faz valer, e o ultimo caso abala todas as estruturas e joga no lixo tudo todos os sentimentos negativos que eu estava tendo sobre o jogo, substituindo-os com admiração e respeito.
E surpresa. Muita surpresa.
No fim, Apollo Justice consegue criar um caminho separado da antiga trilogia. Seus personagens novos são carismáticos quando você lhes dá uma chance, e o novo sistema pode ser muito bem explorado em (muito) possíveis sequências. Mesmo que dois dos quatro casos pareçam bobos e desinteressantes, o quarto e ultimo compensa por tudo.
Mesmo assim, ele ainda trás algumas falhas de seus antecessores: O sistema de salvamento do jogo ainda não perdoa, os casos ainda são roteirizados e só é possível vencer de um jeito, e você ainda não vai poder fazer muita coisa para argumentar.
Mas depois de três jogos, imagino que mudar isso seria alterar a experiência.
Gameplay: Velho gameplay de Ace Attorney, com a ótima e bem vinda adição do sistema de “Perceive”. Espero melhor utilização do mesmo na sequência.
Gráficos: Na série regular, são os melhores gráficos já vistos. Os personagens não são mais claramente pixelados, com seu movimento sendo fluido e natural. O “Mr. Hat” de Trucy prova isso toda vez que aparece. Mas às vezes, você sente como se o jogo estivesse lutando para continuar sendo um jogo de Ace Attorney. Seria interessante ver como fica sem essas limitações.
Som: Como é um jogo atual, a trilha sonora foi feita em instrumentos mais específicos do que o clássico chiptune. Isso fez com que Apollo Justice tivesse alguns temas realmente impressionantes (Pursuit ~ Cornered tem tudo para tocar num clube de dança), e é claramente diferente do que já foi feito. Mesmo assim, não há vozes, nem mesmo no caso que envolve canções e música. O que eu achei esquisito.
Valor de replay: Infelizmente, você só vai voltar para esse jogo se quiser a experiência novamente. Só há um jeito de se passar pelos julgamentos, mas mesmo assim, se você não se importar com a repetição, vai lhe render algumas horas de jogo.
Nota geral: 9.0– Muito bom.



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